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quarta-feira, 30 de março de 2011

Para marcar o fim de uma breve felicidade




“Todo carnaval tem seu fim. E é o fim, e é o fim…” – Los Hermanos

Mais uma história que acontece nas esquinas dos meus sentimentos.Mais uma daquelas que eu cheguei a acreditar que podia dobrar as dificuldades e finalmente caminhar pelas ruas de fato. Mais uma vez que me enganei.

Nunca experimentei amar com leveza de criança e talvez, até por isso mesmo, já carreguei tanto peso de adulto. Peso que me oprime os atos e me esmaga o peito já tão contraído e próximo do chão. Amar com leveza soa irônico em ouvidos tão desenganados como os meus, mas eu acreditei. Acreditei que amor não precisava preencher os pré-requisitos que eu mesma, pela vida toda, tinha me imposto. Que não se preocupar com as conseqüências e se deixar levar pelo momento era a melhor das soluções. Me deixei apaixonar por uma criança, e acabei descobrindo que não passo de outra.

Acontece que medo e criança são quase palavras que se confundem, assim como também se confundem meus sentimentos agora.

Eu que sou tão mulher, eu que sempre me relacionei com pessoas tão mais velhas, eu que sempre soube que não queria me sentir uma criança do lado de outra, eu que sempre repudiei relacionamentos onde a parte infantil não se restringisse à mim; eu, essa menina que por muitas vezes se sente mulher, me pego completamente derrubada por um amor adolescente. Caída de quatro pelo menino com a carta fresca na mão, com as emoções à flor da pele, que tem como única certeza de que nada é certo na vida. Arrastando-se o máximo que posso para resgatar o beijo puro de quem ainda não tem muita certeza e mesmo assim é fantástico.

Aqui estou eu, mais infantil do que nunca, sentindo que tiraram o pirulito da minha boca e saíram correndo para tocar mais uma campainha oferecendo “gostosuras ou travessuras”. Me irrita o fato de ter perdido o controle para alguém que, em tese, entendia tão menos de amor do que eu. Me irrita mais ainda constatar, então, que talvez eu me julgue muito mais experiente do que realmente sou.

Com certo atraso fui perceber, que também não passo de uma criança que finge relacionar-se com adultos, mas que se pega sofrendo quando o menino vai embora e leva todo o cheiro de talco, todo o sabor da fruta, toda a leveza da minha vida junto com o medo de virar gente grande dele.

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