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Contador de Visitas

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terça-feira, 27 de julho de 2010


Eu fui embora e mesmo que não tenha me sobrado quase nada, eu não me arrependo. Levei comigo o tempo, a única coisa que havia me restado. Depois de teres encontrado o que sempre estavas a procurar, o valor da minha alma - que quebrava todos os quilômetros para encontrar a sua - tinha se tornado mísero perante teu prazer degustado numa realidade da qual eu não podia fabricar. Nesse seu novo espaço não havia um lugar pra mim, então eu segui meu destino longe dos teus sonhos. Não olhei pra trás. Evitei enxergar o escuro. Sempre de frente, limpando os vestígios daquela escuridão com os raios de sol que me guiavam. Os batimentos do meu coração davam a mim a certeza de que eu não estava sozinha. O tempo fechou todas as feridas e um com sorriso me presenteou. No teu prato de comida transbordava aquela mesma realidade, o mesmo tempero que ingeristes até o último grão. Mas mesmo assim sua fome já não era mais saciada - foi aí que você passou a chamar por mim. - Help me, May! - Ignorar... foi o que meu sistema de autoproteção fez. Continuastes a chamar, gritar, até quando disses que tinha algo de grave e sério pra me dizer. Eu olhei pra trás. Eu enxerguei apenas sua morte, mas por trás dela estava sua dissimulação. Por mais que tenha sido o único meio do qual fizeste com que meus ouvidos te escutassem e lágrimas dos olhos derramassem, tudo que chorei lavou os vestígios dos sentimentos bons que você deixou em mim, quando logo após descobri que mais uma vez não passava de mais uma de suas farsas. Distúrbios psicológicos? Você dizia ter pouco tempo de vida e pediu para que não levasse mágoas eternas suas. Mas não levarei merda alguma sua, a não ser uma certeza...


a de que você morreu pra mim.

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